Roteiro Teatral: A Conspiração dos Deuses pela Paz
Personagens:
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Netuno — Embaixador do Amor
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Saturno — Embaixador da Responsabilidade
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Júpiter — Senhor do Cuidado e do Afeto
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Urano — O Criador Irreverente
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Plutão — O Guardião da Transformação
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O Guerreiro — Símbolo do impulso ariano, ardente e impetuoso
CENA ÚNICA
Um grande salão etéreo, translúcido, com colunas que parecem feitas de névoa sólida. No centro, uma chama vermelha dança, representando o espírito de Aries, solitária e vibrante.
(Luzes tênues em tons de vermelho, laranja e dourado. Ao fundo, sons delicados de água corrente, como se o cosmos respirasse.)
(O GUERREIRO está ajoelhado, com uma espada cravada no chão. Respira ofegante, olhos fechados.)
[Entra NETUNO, flutuando, envolto em névoas rubras. Em uma das mãos, uma taça translúcida que brilha suavemente.]
NETUNO (voz suave, quase um sussurro, caminhando lentamente até o Guerreiro):
O fogo que ardes…
…não precisa queimar…
Pode aquecer… pode iluminar…
(NETUNO se inclina e sopra levemente sobre a fronte do GUERREIRO, que estremece. A chama do centro se suaviza, ficando mais dourada.)
NETUNO (entregando a taça):
Bebe…
É o elixir que desfaz a violência e desperta o amor…
…aquele que desarma sem destruir…
(O GUERREIRO segura a taça, hesita… bebe. Suspira profundamente.)
[Entra SATURNO, firme, passos pesados e compassados, vestindo uma armadura de cristal negro. Carrega um grande livro.]
SATURNO (parando à frente do Guerreiro, com voz grave e solene):
Todo poder… é também dever.
Cada vida que tocas… molda o teu próprio destino.
(Coloca o livro aos pés do Guerreiro. Silêncio.)
SATURNO (mais baixo, quase paternal):
Que tua coragem seja guiada… não pelo impulso…
…mas pela consciência.
(O GUERREIRO, agora mais sereno, passa a mão pela capa do livro e abaixa a cabeça.)
[Do alto, surge JÚPITER em CARANGUEJO, envolto em mantos azul-claros, adornados com conchas e flores aquáticas. Sua presença aquece o ambiente, luz suave se espalha.]
JÚPITER (com voz acolhedora, abrindo os braços):
Não há força maior…
…do que o cuidado que acolhe…
…o afeto que protege…
(Dirige-se ao Guerreiro e, com delicadeza, pousa as mãos sobre seus ombros.)
JÚPITER:
Lembra-te:
o verdadeiro herói… sabe cuidar.
(Um leve som de ondas preenche o espaço.)
[URANO surge num lampejo, girando entre as colunas, brincalhão, com roupas fluidas que mudam de cor. Sua voz é vibrante.]
URANO (circulando ao redor do Guerreiro):
Cria!
Experimenta!
Transforma!
(Para, olhando diretamente nos olhos do Guerreiro.)
URANO:
Nem toda vitória… vem da força bruta.
A inteligência pode ser tão revolucionária… quanto tua espada!
(O Guerreiro sorri levemente, pela primeira vez.)
[Por fim, PLUTÃO surge, caminhando silencioso, envolto numa capa feita de fragmentos escuros e brilhantes. Sua voz é profunda e pausada.]
PLUTÃO:
O verdadeiro poder…
…está na arte de conviver com o diferente…
…acolher o que não entendes…
…respeitar o que não controlas…
(Aproxima-se do Guerreiro, tocando-lhe o peito com firmeza.)
PLUTÃO:
Olha ao redor…
…todos são espelhos…
…não há outro caminho senão a transformação.
(Silêncio absoluto. Todos os deuses se posicionam ao redor do Guerreiro, formando um círculo perfeito.)
NETUNO (erguendo a taça):
Amor!
SATURNO (erguendo o livro):
Responsabilidade!
JÚPITER (abrindo os braços):
Cuidado!
URANO (com um giro rápido):
Criatividade!
PLUTÃO (erguendo a capa):
Transformação!
(A chama central se expande, envolvendo todos em uma luz branca suave. O Guerreiro levanta-se lentamente, com a espada agora baixa, não mais símbolo de ataque, mas de proteção.)
GUERREIRO (com voz calma, olhando ao redor):
Sigo…
…não mais para lutar…
…mas para cuidar…
…para criar…
…para amar…
(Os deuses sorriem, cumprem sua missão. A luz vai diminuindo lentamente até que só reste o som suave da água e um leve resplendor no centro do palco.)
FIM
Cena: A Conspiração dos Deuses pela Paz
No grande salão etéreo, sob o zodíaco estrelado, os deuses reúnem-se em concílio secreto. Netuno e Saturno, ambos revestidos de uma rara chama ariana, surgem como embaixadores de uma nova era.
Netuno, envolto em névoas rubras e douradas, segura nas mãos uma taça translúcida — um elixir raro, extraído das águas onde o amor se dissolve e se reconstrói infinitamente. Sua missão é clara: levar ao coração do Guerreiro — aquele que marcha sem hesitar, movido pelo impulso puro de Aries — a embriaguez do amor. Não um amor possessivo ou frágil, mas aquele que desarma o punho cerrado e o transforma em mão estendida. Netuno se aproxima do Guerreiro e, soprando levemente sobre sua fronte, o faz estremecer: o fogo ariano começa a brilhar com uma luz mais suave, mais aberta, mais compassiva.
Saturno, logo atrás, caminha firme, vestindo uma armadura de cristal negro, polida pelos séculos. Em suas mãos, carrega o Livro das Consequências — cada ato, cada decisão, cada impulso anotado com precisão implacável. Ele pousa o livro aos pés do Guerreiro e, com um olhar sereno e grave, sussurra:
"Todo poder é também dever. Cada vida que tocas é um espelho do teu próprio destino."
Assim, Saturno oferece não o freio que reprime, mas a consciência que orienta, o conhecimento que estrutura, a responsabilidade que fortalece.
Netuno e Saturno olham-se, cúmplices: a chave que alimenta Aries — o ardor puro e destemido — está agora nas mãos deles. E eles a transformam, não para apagá-la, mas para elevá-la, para transmutar o instinto em ação amorosa, o impulso em coragem responsável.
Mas não estão sós nesta conspiração cósmica.
Júpiter, em Caranguejo, ergue-se ao lado deles, majestoso e maternal. Seu campo magnético inunda o salão com ondas de afeto, proteção e pertencimento. Ele lembra aos humanos a importância do cuidado mútuo, do acolhimento que cura feridas invisíveis, da ternura como força transformadora. Seu trono, adornado com conchas e flores de água, pulsa com o ritmo dos corações que amam sem pedir garantias.
Urano, em Gêmeos, surge em seguida, como um relâmpago brincalhão que dança entre os pilares do salão. Sua presença é leve, irreverente, criativa. Ele espalha sementes de novas ideias, mostrando que há mil maneiras inteligentes e inesperadas de resolver conflitos, que o diálogo pode ser tão revolucionário quanto um golpe de espada. Urano sopra no ouvido do Guerreiro:
"Cria, experimenta, transforma. Não é preciso destruir para avançar."
E, por fim, Plutão, em Aquário, aproxima-se silencioso, vestindo uma capa feita de fragmentos de mundos antigos. Sua voz é grave e profunda:
"O verdadeiro poder está em saber conviver com o diferente, acolher o que não se compreende, respeitar o que não se controla."
Plutão ensina a arte de lidar com a alteridade, a dissolver medos antigos que fazem o Guerreiro levantar sua lança antes de ouvir.
Assim, os deuses confabulam e conspiram: insuflar a paz, o amor e as virtudes no coração humano. Não querem apagar o fogo ariano, mas temperá-lo com água (Netuno), estrutura (Saturno), afeto (Júpiter), inteligência (Urano) e visão transformadora (Plutão).
E então, como um sopro invisível que atravessa as esferas, os humanos começam a mudar:
— O guerreiro abaixa sua espada e estende a mão.
— O líder antes tirano aprende a ouvir e a proteger.
— O criador que destruía, agora constrói.
— O solitário busca o abraço.
No grande salão etéreo, os deuses sorriem. O plano está em curso.
Pela magia do amor e do entendimento compassivo, a paz começa a nascer — não como uma imposição, mas como um convite irresistível, tecido pela sabedoria dos céus.
A Conspiração dos Deuses pela Paz
Conta-se que, nos domínios etéreos onde os deuses habitam — além do tempo e das formas, entre colunas de névoa sólida e luz pulsante —, houve um dia uma conspiração incomum. Não uma conspiração de guerras ou domínios, mas de concílio e aliança: os deuses se reuniram para selar um pacto em favor da paz e do amor entre os humanos.
No centro do salão etéreo, ardia uma chama vermelha, símbolo do espírito ardente da humanidade, aquela centelha que, tantas vezes, se perde no impulso cego da destruição, mas que também é capaz de aquecer e iluminar. Ao redor da chama, os deuses se manifestaram um a um, cada qual com sua força e sua dádiva.
Netuno foi o primeiro a se apresentar, emergindo das brumas com a serenidade das marés eternas. Trouxe consigo o elixir que desfaz a violência e desperta o amor. Sussurrou aos ventos:
— Que os humanos aprendam que o fogo não precisa queimar; pode aquecer, pode iluminar…
E, com um sopro suave, apaziguou as labaredas da chama humana, suavizando seu tom para um dourado acolhedor.
Logo após, surgiu Saturno, com seus passos firmes e compassados, portando o grande livro das responsabilidades. Sua voz grave ressoou como um sino cósmico:
— Todo poder é também dever. Cada vida tocada molda o próprio destino…
E depositou o livro aos pés da chama, como quem oferece um mapa ético, um convite à consciência e à maturidade.
Então Júpiter, envolto em mantos azul-claros adornados com conchas e flores aquáticas, irradiou sua presença cálida sobre todos. Seu coração aberto falou com doçura:
— Não há força maior do que o cuidado que acolhe, do que o afeto que protege…
E espalhou sobre a chama um sopro de ternura, lembrando aos humanos que o verdadeiro herói é aquele que sabe cuidar.
Num lampejo inesperado, Urano atravessou as colunas do salão, dançando, irreverente, com roupas que mudavam de cor a cada movimento. Sua voz vibrava como um raio:
— Cria! Experimenta! Transforma!
E girando ao redor da chama, anunciou:
— Nem toda vitória vem da força bruta. Que os humanos descubram que a inteligência pode ser tão revolucionária quanto a espada…
Por fim, Plutão aproximou-se em silêncio, envolto numa capa feita de fragmentos escuros e brilhantes como as pedras do submundo. Sua voz foi profunda e pausada:
— O verdadeiro poder está na arte de conviver com o diferente… de acolher o que não se entende… de respeitar o que não se controla…
E, tocando suavemente a chama, concluiu:
— Não há outro caminho senão a transformação.
Assim, os deuses se colocaram em círculo, como um selo sagrado ao redor da chama da humanidade. E um a um, proclamaram:
Netuno: — Amor!
Saturno: — Responsabilidade!
Júpiter: — Cuidado!
Urano: — Criatividade!
Plutão: — Transformação!
E, ao unirem suas forças, a chama se expandiu, envolvendo todo o salão em uma luz branca e suave. Nesse instante, o espírito humano ergueu-se, não mais para atacar, mas para proteger; não mais para destruir, mas para cuidar, criar e amar.
E os deuses sorriram, pois sabiam que haviam cumprido sua missão: haviam conspirado, não pela dominação, mas pela elevação.
E assim, silenciosamente, dispersaram-se, deixando como legado à humanidade o convite eterno para que sua chama se torne luz — e não incêndio.
E desde então, em cada gesto de amor, de cuidado, de responsabilidade ou de criatividade humana… ecoa, ainda que de forma invisível, a conspiração dos deuses pela paz.
A Conspiração dos Deuses pela Paz
No salão etéreo, além do véu do tempo,
Onde colunas de névoa sustentam o firmamento,
Os deuses, em silêncio, se reuniram,
Não para guerra… mas para um pacto divino.
No centro, a chama humana ardia,
Vermelha, impetuosa, solitária,
Um fogo que queima… mas também alumia,
Um espírito de guerra… ou de esperança diária.
Então, primeiro, Netuno surgiu,
Das brumas, com um elixir translúcido e azul:
“O fogo não precisa ferir…
Pode ser calor… pode ser luz…”
E, com um sopro, domou a chama,
Dourando sua dança, serena e branda.
Saturno chegou, com armadura cristalina,
Trazendo o livro onde o dever se assina:
“Todo poder é também um fardo,
Cada vida tocada… um destino traçado.”
Deixou o livro aos pés da chama ardente,
E olhou o fogo… como a um filho obediente.
Júpiter então desceu, em mantos marinhos,
Adornado de conchas, flores e caminhos:
“Não há força maior que o afeto…
O cuidado que protege, o abraço discreto…”
E envolveu a chama com um sopro de ternura,
Plantando nela a semente da doçura.
Num raio, Urano girou pelo salão,
Colorido, vibrante, irreverente na ação:
“Cria! Experimenta! Transforma sem temor!
Nem toda vitória exige o punho ou o ardor!”
E, dançando ao redor da chama surpresa,
Instigou-a à ousadia… à beleza.
Por fim, Plutão caminhou, discreto e profundo,
Com sua capa tecida de noite e submundo:
“O verdadeiro poder é acolher o estranho,
Respeitar o que foge ao teu tamanho…”
E, tocando a chama com firmeza e paixão:
“Só há um caminho… a transformação.”
Então, em círculo, os deuses se selaram,
Cada um sua dádiva… sua palavra ofertaram:
Netuno ergueu a taça: — Amor!
Saturno levantou o livro: — Responsabilidade!
Júpiter abriu os braços: — Cuidado!
Urano girou em riso: — Criatividade!
Plutão, com olhar grave: — Transformação!
E a chama, antes vermelha e solitária,
Expandiu-se em luz branca, suave e solidária.
E o espírito humano, erguendo-se, declarou:
“Não mais para lutar…
Mas para cuidar…
Para criar…
Para amar…”
Os deuses sorriram, missão cumprida,
E partiram, deixando sua lição rendida:
Que toda chama humana, mesmo impetuosa,
Pode ser, se quiser… amorosa.
E assim, até hoje, invisível e sutil,
Ecoa no coração humano esse pacto gentil:
A conspiração divina pela paz,
Que sopra, silenciosa… e jamais se desfaz.
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